Conheça a Drª Danielle Torres

Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro com Diploma de Formação Médica Especializada Aprofundada em Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial pela Université de Paris 12- Val de Marne.

Nas palavras da Drª…

Entenda como Tudo Começou

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A aprovação no vestibular de medicina em 2002 me abriu um novo mundo, um novo vocabulário e novos caminhos. Um longo trajeto diário até a Ilha do Fundão, onde se localiza o campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Um trajeto cheio de desigualdades sociais, de violência mas que me conduzia a um ambiente mágico, de excelência de professores e alunos.

Tudo emanava ciência, em um hospital universitário como o da UFRJ se absorve conhecimento pelos  “poros”, até ouvindo conversas nos corredores, apesar de todos os obstáculos financeiros e as limitações de recursos.

Pacientes “pacientes”, que repetiam com entusiasmo suas duras histórias para turmas e turmas de alunos, se deixavam examinar, tinham seus abdomens doloridos palpados e palpados repetidas vezes.

Já no início da faculdade comecei a fazer parte de um projeto bem transformador de iniciação científica focado em ações educativas na Baixada Fluminense, com objetivo de busca ativa de casos de Hanseníase, em praças, escolas, visitas domiciliares a pacientes que abandonaram tratamento.

É o tipo de experiência que humaniza, traz consciência e apaixona qualquer jovem médico.

Foi um momento decisivo…

Especialidade abrangente e flexível

Durante meu internato no Hospital do Fundão decidi qual especialidade seguir no restante da carreira. Uma especialidade abrangente, que atende a todas as idades, desde a triagem auditiva do recém nascido, às otites de repetição da infância, às amigdalites da adolescência, às sinusites da vida adulta, às próteses auditivas dos idosos, com todas suas nuances, exceções e novidades. 

Uma especialidade que permite trabalhar em consultório e em centro cirúrgico, que alia muita tecnologia e exames modernos com conhecimentos até milenares.

A otorrinolaringologia se abriu como um grande leque para mim e neste caminho optei seguir pelos próximos anos. 

Em 2009 iniciei minha residência em otorrinolaringologia no Hospital Federal da Lagoa. Um período de muito aprendizado humano e científico, primeiros contatos com um ambiente de centro cirúrgico, com o sucesso e as complicações, com a responsabilidade de se assumir cirurgião. Muitos congressos, cursos, viagens de formação,  leitura de artigos científicos.

Uma experiência no interior…

São Luis – Maranhão

Mas ao final dos 3 anos, ainda me sentia crua e deslocada da lógica de mercado em que os planos de saúde transformaram a medicina no Brasil.

Sentia que havia um mundo enorme ainda desconhecido e a necessidade de vivenciar outras realidades começou a revirar meu coração viajante. 

Iniciei um processo seletivo para trabalhar em um hospital francês durante um ano na condição de FFI (Faisant Fonction d’Interne).

Um longo e burocrático processo, de tradução juramentada de documentos, provas, proficiência linguística, obtenção de visto.

Em paralelo quis vivenciar a experiência  de trabalhar no estado brasileiro com menor proporção de médicos por habitante, um estado de uma enorme riqueza cultural e racial, com uma natureza exuberante e uma população massacrada e explorada durante anos e anos.

População acolhedora e resiliente.

Morei durante 6 meses em São Luiz, capital do Maranhão. Lugar onde vi uma das paisagens mais lindas do mundo, onde pude caminhar pelos Lençóis Maranhenses e encher meu peito de tanta natureza.

Ao mesmo tempo senti a dureza de me ver num posto de saúde sem nenhum material de trabalho, onde crianças viajavam 8 horas para ver um dos poucos especialistas no estado, dormiam na fila para conseguirem uma vaga, eu sabia o diagnóstico, tinha formação técnica para resolver, mas não tinha condições para qualquer tratamento que exigisse o mínimo de recursos.

Na minha sala de consultório havia uma mesa enferrujada, um bloco de papel e uma cadeira. Todo o material da especialidade eu levava, para conseguir fazer pelo menos o básico do exame físico e dos procedimentos, uma simples remoção de cera.

Mas faltava água no posto. Tinham baratas nos armários. Cheguei a pedir aos pacientes que trouxessem água para que eu pudesse lavar seus ouvidos.

Triste realidade que pude vivenciar por 6 meses, até sair o resultado da minha aceitação para preencher uma vaga no Centre Hospitalier René Dubos, em Pontoise, uma periferia de Paris.

Uma experiência internacional…

Pontoise – uma periferia de Paris

Voltei ao RJ e em um mês estava me mudando para Paris.

Cheguei na França em outubro de 2012, a temperatura já fria demais para uma carioca.  Iniciava-se um ciclo de muito crescimento pessoal e profissional, enriquecimento cultural e humano. Uma rotina cansativa, habituação à nova língua, novos hábitos.

A própria medicina que me era tão familiar já há 10 anos, neste momento se mostrava uma desconhecida. Novos remédios, doses diferentes de medicamentos já conhecidos, outras técnicas cirúrgicas.

Um grande exercício de humildade e a lição de que além de científica, a medicina é ciência humana e sua prática é fundamentada em bases culturais além de evidências de estudos clínicos. 

Aprendizado de que diferentes caminhos podem levar ao mesmo objetivo e que minha forma de fazer não é verdade absoluta.

A rotina era pesada, cerca de 12horas de trabalho por dia, a maior parte em centro cirúrgico.

Durante o inverno, não via a luz do dia de segunda sexta: chegada e saída do hospital no escuro. Conheci pessoas duras e secas, mas também pessoas doces e apaixonadas, que se mostraram calorosas em ajudar nas minhas dificuldades cotidianas.

Humildade, humildade, humildade. 

Apesar da rotina extenuante, os finais de semana e 5 semanas de férias estando em pleno coração da Europa, as passagens “Low Cost” e grande diversidade de meios de transporte fizeram minha alma sagitariana voar.

Itália, Suíça, Espanha, Portugal, República Tcheca, Alemanha, Tunísia, Inglaterra, Irlanda. Oportunidade única para quem nunca havia antes saído do Brasil. 

Mas a “saudade” bateu forte demais, mais do que jamais pensei. Senti falta dos pequenos prazeres cotidianos de uma carioca, de andar de havaianas pela cidade, de um abraço forte, de um chopp gelado, de banhos de cachoeira, mergulhos no mar em dias bonitos de inverno.

E após 13 meses na Europa, decidi voltar para minha cidade natal, com uma bagagem pesada e transformada.

De volta pra casa…

Um oceano de diferença

Fui chamada pelo meu antigo chefe para ocupar uma vaga no mesmo hospital onde fiz minha residência, agora tendo a oportunidade de transmitir aos novos residentes o que vi e aprendi pelo mundo.

Tenho um carinho enorme pelo SUS e devo minha formação profissional a este sistema, mas foi difícil lidar com o choque de realidades em termos de recursos e organização comparativamente ao sistema francês.

Todo dia sentindo o desempenho profissional limitado pela falta de material ou de recursos humanos na batalha diária que enfrentam os profissionais do sistema público de saúde brasileiro.

Slow medicine.

O consultório privado foi uma comporta que se abriu para me permitir exercer de forma plena o conhecimento acumulado.

Com consultas sem pressa, com a duração que for necessária, com equipamentos de qualidade, atendimento da forma que acredito, do meu “jeitinho”, no meu bairro preferido no Rio de Janeiro, o Jardim Botânico.

A necessidade de estudar continuou e em 2014 iniciei um mestrado acadêmico pela Fiocruz, com um projeto de pesquisa voltado para crianças com doenças raras no Instituto Fernandes Figueira.

Otorrinopediatria no Canadá…

Hôpital Sainte Justine – Montreal

Trabalhar com outra especialidade é enriquecedor e traz a interdisciplinaridade que tanto acho necessária na medicina, o olhar integral, o paciente como um ser indivisível e único.

Após o mestrado em um hospital pediátrico, as crianças passaram a alegrar cada vez mais meu consultório.

Em 2017 busquei uma formação mais específica em otorrinopediatria em um dos maiores centros do mundo, o Hôpital Sainte Justine, em Montreal.

Lá conheci profissionais muito experientes, vi cirurgias de alta complexidade, grande volume de atendimento em um hospital com muitos recursos tecnológicos oferecidos de forma universal a toda população, grande exemplo de um sistema de saúde público, justo e eficaz.

Com olhar de mãe…

Maior amor do mundo

Em 2018, quase iniciando o doutorado, tive a notícia mais maravilhosa do mundo, estava esperando um bebê que veio para transformar minha vida profissional e me humanizar ainda mais. 

Nada mais rico na bagagem profissional do que enxergar meus pacientes com o olhar de mãe.

Optei por adiar um pouco os planos de uma nova pós-graduação para me dedicar a meu filho pequeno e aqui estou, nesse momento de experimentação e fascinação pelo maior amor do mundo.

Doutorado e Teleconsultas

Agora morando em Itaipava

Em 2020 uma pandemia veio balançar as estruturas do mundo e nos transportou do mundo real para o virtual em questão de dias.

A telemedicina virou uma realidade e o que antes parecia impossível, virou rotina.

As teleconsultas por videochamada abriram a possibilidade de atendimento remoto e possibilitaram minha mudança de um grande centro urbano para a região serrana do Rio de Janeiro.

O interesse em aprofundar os estudos sobre COVID-19 e, principalmente em suas consequências neurológicas a longo prazo, me levaram a iniciar em 2021 um doutorado nesse assunto, pelo IFF-Fiocruz.

Em 2022 comecei a atender presencialmente em mais um consultório, agora em Itaipava.

O mundo está mudando rapidamente e a adaptação a tudo isso nos faz bailar a cada dia entre desafio e oportunidade. Demos um grande salto em tecnologia e recursos para atendimentos remotos e esse alcance nos abriu um novo mundo de oportunidades.

Em virtude da pandemia de Covid-19, provisoriamente, será realizado o atendimento médico por telemedicina, de acordo com a Portaria nº: 467, de 20 de março de 2020, do Ministério da Saúde.

Este atendimento também está em conformidade com a Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1.643, de 26 de agosto de 2002.

O objetivo desta modalidade de atendimento é reduzir a propagação do vírus, protegendo a população de possível contágio, garantindo assistência médica aos pacientes que não possuem quadros clínicos emergenciais.

A teleconsulta consiste numa consulta remota por vídeo sem exame físico presencial, portanto o diagnóstico à distância tem um risco maior de falha do que quando realizado presencialmente.

Em alguns casos específicos, o médico pode considerar essencial um exame físico para a condução do caso e orientará como, onde e quando tal exame físico será realizado.

Eventualmente, o médico poderá orientar o paciente a encaminhar-se a uma unidade de pronto atendimento. Tal conduta não anula seu ato médico nem elimina a possibilidade de cobrança pela teleconsulta.

Idealmente, deverá ser escolhido um ambiente tranquilo, silencioso e com privacidade para realização do atendimento. O uso de fones de ouvido também pode ser útil para melhor qualidade do som durante a avaliação.

Desta forma, declaro, que:

1) O referido médico informou sobre as limitações desse tipo de atendimento e o caráter de exceção do mesmo.

2) Fui informado (a) que o referido médico, atendendo ao disposto nos artigos. 22°1 e 34°2 do Código de Ética Médica, irá sugerir o tratamento médico, prestando informações detalhadas sobre o diagnóstico e sobre os procedimentos a serem adotados no tratamento.

3) Reconheço a fundamental importância da precisão e veracidade das informações que passarei a respeito de minha saúde e assumo a responsabilidade consequentes a quaisquer omissões ou inveracidades minhas.

4) Compreendo que a teleconsulta é pontual e não garante ao paciente direito ao atendimento por tempo indeterminado ou a disposição do médico em outros horários não acordados previamente.

5) estou ciente de que o tratamento adotado não assegura a garantia de cura, e que a evolução da doença e do tratamento podem obrigar o médico a modificar as condutas inicialmente propostas, sendo que, neste caso, fica o mesmo autorizado, desde já, a tomar providências necessárias para tentar a solução dos problemas surgidos, segundo seu julgamento.

6) Fui informado(a) que serei orientado(a) a respeito de métodos terapêuticos alternativos e que serei atendido em minhas dúvidas e questões, através de linguagem clara e acessível.

7) Fui informado(a) que receberei todas as explicações necessárias, em linguagem clara e acessível, quanto a minha doença e seus riscos.

Também serei orientado(a) sobre o tratamento proposto com seus possíveis riscos, benefícios, efeitos colaterais, prognósticos e alternativas de tratamento, não sendo possível dar garantias absolutas de que o tratamento proposto alcance os resultados esperados e que seja necessária associação ou complementação com outra modalidade terapêutica.

Serei ainda, informado(a) sobre os riscos e/ou benefícios de não ser tomada esta atitude terapêutica diante da natureza da minha doença.

8) Li as informações contidas no presente instrumento, as quais entendi perfeitamente e aceitei, compromissando-me a respeitar integralmente as instruções fornecidas pelo médico, estando ciente de que sua não observância poderá acarretar riscos e efeitos colaterais ao paciente.

Assim, tendo lido, entendido e aceito as explicações sobre os mais comuns RISCOS E COMPLICAÇÕES relacionados ao tratamento proposto, bem como das limitações inerentes ao atendimento a distância e o caráter excepcional do mesmo, expresso meu pleno consentimento para sua realização ou consecução.